Tu recusaste o meu amor, com fria
Indiferença e um riso de desdém...
E eu, que perdidamente te queria,
desejei não amar a mais ninguém.
O mundo que criei na fantasia
Girava em teu redor. Eras o alguém,
Esse alguém que sonhei amar um dia
E ouvir dizer que amava a mim também.
Mas afinal o tempo foi passando,
E hoje, que te conheço melhor, vejo
Que não és quem andei imaginando.
Bendigo o teu orgulho soberano:
Se tivesse cedido ao meu desejo
Talvez fosse maior o desengano
Albercyr Camargo
Revista Vida Doméstica - 1952