domingo, 2 de maio de 2010

DESESPERO, UMA GATA E A JARRA

Cheguei cansado e me atirei a esmo
numa poltrona. Farto, aborrecido,
revoltado, com raiva de mim mesmo.
E assim o dia inteiro tinha sido...

Era bem tarde... As sombras na saleta
enchiam mais meu coração de fel,
enquanto Puma, a velha gata preta,
brincava desmanchando um carretel.

Alheada ... Nem mesmo deu por mim.
Depois, num salto cheio de indolência,
deitou-se na almofada de cetim.
E eu (contraste!) morrendo de impaciência...

Olhou-me assim, então, lambendo a pata,
tão serena que eu tive raiva dela.
Essa gata, essa gata, GATA, GATA!!!
...
Que pena!... A jarra que quebrei... Tão bela!...