É comum chamar-se alexandrinos todos os versos de 12 sílabas. Todavia, há um lapso nesse entendimento. Os verdadeiros alexandrinos se compõem de dois versos de seis sílabas em um só, sendo indispensável que o primeiro termine por uma palavra aguda (oxítona) ou, no caso de ser palavra grave (paroxítona), que o vocábulo seguinte comece por vogal ou H mudo, assim possibilitando a elisão, como se vê nestes exemplos:
1º- Aos meus olhos mortais/ surgiste-me, Corina...
2º- Depois, depois vestin/do a forma peregrina...
Os seguintes versos de Guerra Junqueiro e de Machado de Assis, respectivamente, com pausas nas 4ª, 8ª e 12ª, são de 12 sílabas, mas não são alexandrinos.
Quem me defende? a minha corte? a minha guarda? ...
Olhar de vida, olhar de graça, olhar de amor.
Nota: As duas partes do alexandrino que se unem no meio dos versos formam o que se denomina hemistíquios, e o ponto em que se processa a fusão denomina-se cesura. (Extraido do livro DICIONÁRIO DE RIMAS DA LÍNGUA PORTUGUESA, de autoria de JOSÉ AUGUSTO FERNANDES)
OS TEUS OLHOS AZUIS (Albercyr Camargo)