terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Folha

Arrancada do teu galho,
Pobre folha sem orvalho,
Aonde é que vais? – Eu não sei.
O raio fendeu o tronco
Sob o qual eu me abriguei,
Ao sopro da brisa, ao ronco
Soturno da ventania, 
Lá da floresta à campina,
Lá da montanha à colina
Eu erro desde esse dia.
Traça o vento a minha sina,
Eu vou sem pranto e sem susto
Aonde vai tudo na vida,
Da rosa a folha caída
E a folha do louro augusto.

Albercyr Camargo
Tradução do francês Antoine Vincent Arnault (1766-1834)

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